Entrevista com Marco Aurélio Ponzio
- Rogério Dantas
- 19 de fev. de 2019
- 3 min de leitura

Em uma Teneré 250, com sua jaqueta de couro, no melhor estilo roqueiro, Sr Marco Aurélio Ponzio, chega pra nos conceder uma entrevista animada. Cheio de projetos em sua área, Sr Ponzio nos cede um pouco do seu tempo para nos falar sobre “ seu filho “. De fala pausada, ele nos conta sobre o começo de tudo, episódios da época, música e opiniões sobre o time que está dando o que falar.
1- Como surgiu a ideia de montar o Galo Cego?
Era o ano de 1989, eu e Cicero Osvaldo trabalhávamos na Editora Globo na Lapa, um ambiente descontraído, onde surgiram muitas amizades e consequentemente tivemos a ideia de alugar uma quadra para nos reunir após o trabalho. Começamos com as brincadeiras, e alguns amigos fora do trabalho também aderiram ao lazer. Com o tempo, que foi rápido, sentimos a necessidade de dar um passo além, tomamos a decisão de criar um time para disputar jogos pela liga de futsal, e com a aprovação de todos, não foi difícil partir para essa nova etapa.
Estava nascendo o Galo Cego no ano de 1990.
( Nessa época a editora Globo, era a antiga editora Rio Gráfica que havia se mudado pra São Paulo, e 80% das pessoas mudaram-se pra continuar trabalhando aqui. O Galo Cego Já teve vários cariocas fazendo parte dessa família, principalmente nos encontros. Quanto ao futebol, não por estar na sua presença, foi a nossa melhor contratação. Kkkk)

Dessa turma, quem jogava era eu, Cicero e o Dudu, que está em frente o cartaz do Galo Cego, e os dois cariocas que eram bons de encontro.
2- É verdade que a escolha do nome se deu de forma inusitada?
Antes de entrar na liga eram só brincadeiras, quando começamos a jogar contra, visto que muitos que jogavam não tinham experiência no salão, tivemos vários resultados catastróficos, nossa quadra era descoberta e não tínhamos uniformes. Por conta dos primeiros resultados, batizamos o time de Galo Cego. Quando inscrevemos o time na liga, já havia um carinho e uma identificação muito grande por esse nome. O que antes era um nome divertido, hoje nos enche de orgulho.

Essa era a quadra que começamos, de preto Cosme (carioca), Zinho, que nos emprestava as camisas do Cavalo Doido e eu.
3 - Como era jogar naquela época?
Depois de mudarmos para uma quadra coberta, dois jogos de camisa, um time competitivo e todos os jogadores e torcedores unidos nas tardes de sábado, ganhando ou perdendo, era sempre diversão garantida no antes e no pós jogo. O GC acima de tudo era uma terapia em grupo.
Apesar de não estar tão presente atualmente, acredito que o prazer de jogar e ver os amigos, sejam iguais dos dias de hoje.
4 - Do que mais sente saudade, daquela época?
Muitos jogadores passaram e contribuíram para a história do GC, sinto saudade desses amigos que por motivos variados tiveram que sair, mas deixaram sua marca tanto no futebol como na amizade.
5 - Sabemos que o Galo Cego tem muitas histórias engraçadas, nos conte uma?
Estávamos no vestiário, na quadra do Colégio das freiras na Barra Funda, para iniciar o jogo, quando entrou nosso grande amigo Zinho com seus apetrechos embaixo do braço, cabelinho cortado, barba feita e de olho no relógio, detalhe, era o dia do casamento dele, já foi avisando, vou jogar só o segundinho e vou sair correndo. Deu tudo certo! kkkkk
6 - Na sua opinião, diante de tantas formas diferentes de pensar e de tantas personalidades distintas a que se deve um time durar tanto tempo?
O GC já nasceu com uma filosofia de vida que se baseia na amizade e no respeito, o futebol é o elo que une todos. Nada mais social que reunir várias maneiras de pensar numa quadra de futsal.
7 -O rock se mistura ao futebol quando falamos do Galo Cego. Qual seria sua trilha sonora para ilustrar?
Minha trilha sonora é aquela que sempre acompanhou o GC nos eventos.
No momento, essas duas define bem o espirito do GC :
Green River-Susie Q - Alligator Stew -
One Bourbon, One Scotch & One Beer - Mungo Jerry
8 - Qual sua mensagem pra essa nova geração?
Na minha época tinham muitos atritos de jogo entre nós, discussões, palavrões, encaradas. Mas SEMPRE ficavam dentro da quadra. Fora, a amizade tem que ser inabalável.
É a razão dessa longevidade do GC.
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